Nossos Líderes Deveriam Ser Bons Exemplos
Um amigo, professor, me fez refletir sobre os culpados de nossa Capital (Macapá) está, como diria o pedreiro de quem fui ajudante por muitos anos, Jogada fora.
As ruas da Cidade das bacabeiras estão tão esburacadas que a cidade já está sendo chamada de: A cidade da Buraqueira. A saúde, municipalizada, agoniza lentamente em seus prédios apodrecidos, sem as mínimas condições de trabalho para seus funcionários, que fazem malabarismos para atender a população. A educação, também municipalizada, mata lentamente a cada aluno, abarrotando as salas de meninos, sem funcionários de apoio e por falta de valorização de seus professores.
Em nossa Morena Capital, muitas categorias estão em greve e as que não estão ameaçam entrar. É bom que se diga que ninguém faz greve se tudo estiver bem.
Ao que tange o estado, meu amigo professor me fez pensar nas opções políticas que tínhamos para votar nas últimas eleições. Entre os dois finalistas que disputaram o cargo maior de nosso Estado, o povo resolveu acreditar nas propostas de Camilo Capiberibe e derrotou, nas urnas, Lucas Barreto.
Hoje, diante dos problemas e escândalos que já aparecem no atual governo, escuto pessoas dizendo: Quem mandou votar nele? A estes quero lembrar que ninguém vota por acreditar em milagres, mas apenas em propostas, e foi isto que elegeu o atual gestor deste Estado.
O fato é que se juntarmos todos os nossos políticos (há exceções, sempre há) e colocarmos num liquidificador darão um suco homogêneo, se sair algum suco, é claro.
Dito isto, penso logo na minha culpa, em minha tão grande culpa!! Se os políticos que se apresentam para receber nossos votos não são qualificados, honestos ou comprometidos com os problemas sociais, por que eu e muitos outros cidadãos que se dizem trabalhadores, honestos e comprometidos com o serviço público, não nos colocamos a disposição do serviço político deste Estado?
Ficamos reclamando, culpando, apontando erros e falcatruas, mas na hora que o “galo canta” ninguém está disposto. Ninguém tem coragem de entrar para o rol dos bandidos, corruptos e desonestos (são estes os títulos que todos recebem).
A verdade é que, se as pessoas de bem deste estado, deste município, não se dispuserem a fazer parte da política, só nos restará lamentações, pois há quinze anos no estado, posso apontar quais as personagens dessa ciranda perversa que, assim como um câncer, corrói a paciência e o orgulho do povo tucujú.
Quando se aproxima o ano das eleições, aproxima-se da gente um número incontável de parentes de quem é, ou já foi governador, vereador, deputado, prefeito ou senador, pedindo voto para si e/ou para os seus. Há muito tempo que adotamos por aqui a política do Traz parentes. E como se fosse pouco, para piorar um pouquinho, há também o pessoal que disputa o Conselho Tutelar. Estes, por sua vez, buscam o apoio dos representantes de associações - que não são poucas - e que nem sempre tem associados, mas servem como cabide político deste ou daquele presidente, que ainda se autointitula “Presidente do Bairro”.
Dada a falta de opção de candidatos, meu amigo tentava me consolar dizendo: “Não se sinta culpado, pois você faz outra política. Você, bem como tantos outros professores, faz a política social, de esclarecimento. Tentam fazer de seus alunos, cidadãos críticos e esclarecidos, capazes de discernir entre o bom e o mau candidato”.
Agradeci o reconhecimento de meu amigo, que não me convenceu, pois meus alunos elegeram, nas últimas eleições, pessoas que conseguiram despertar no próprio povo a vergonha de ser deste estado e nos tornaram motivos de piadas para jornalistas de outras partes do país.
Nos últimos anos elegemos João Henrique, Roberto Góes, Waldez Góes e a família Capiberibe e só estou falando do Executivo. É desta ciranda que falei anteriormente. E onde estão os movimentos sociais, como os grêmios, por exemplo, que sempre formaram novos líderes neste país? Parece-me que aqui não há e nunca houve.
Esta resposta, imediatamente, me levou a continuar minhas divagações sobre o futuro de nosso torrão. Se não nos comprometermos com as políticas, sejam elas partidárias, familiares, educacionais, religiosas, de educação, segurança, de saúde, política social como um todo, o que esperar de um estado, cujo melhor candidato, nas últimas eleições, estava preso e a Capital tem como Prefeito um Ex-Prisioneiro da Polícia Federal??
Macapá, 16 de junho de 2011
Professor Lobão