sábado, 4 de junho de 2011

Celular: Questão de Seurança

                 
                  Celular na Escola: É Bom Pensar Nisso
Imagine o silêncio e a concentração (a muito custo conseguidos em sala de aula) bruscamente interrompidos por um toque de celular, que alunos carregam, sem o menor objetivo pedagógico, pelos corredores das Escolas do País. Imagine o quanto eventos como esses atrapalham o andamento de trabalhos, como oficina de leitura, resolução de cálculos matemáticos, que exigem de professores e alunos, o mínimo de silêncio e concentração.
Não sou daqueles defensores do tradicional apenas por não concordarem com as novidades do mundo moderno que, diga-se de passagem, têm muito a oferecer principalmente para a Escola. Mas penso que é preciso uma reavaliação para a utilização dos equipamentos eletrônicos colocados à disposição de nossos alunos durante o período que permanecem na Escola.
Se perguntarmos a alunos, pais e alguns professores (apontando para um aparelho celular) o que temos nas mãos, a maioria responderá que é um telefone. Uma resposta terrivelmente cega!
Muito mais que isso, estamos colocando nas mãos de nossos alunos e filhos máquinas fotográficas, câmeras filmadoras, aparelho de mp3 ou mp4; relógio, calculadora, gravador de áudio, pen-drive e para aqueles que tiverem condições de colocar créditos, telefone.
Para aqueles que acham que esse aparelho que revolucionou a comunicação eletrônica é algo inofensivo, gostaria de relatar o que temos presenciado, nos últimos anos em uma Escola Pública em Macapá, e penso que em muitas Escolas do Brasil.
Alunas, com idade insuficiente para responderem por seus atos, de posse dos tais aparelhos, utilizando-os como máquinas fotográficas e filmadoras, pousaram e pousam, mostrando seus, ainda nem formados seios e parte de suas roupas mais íntimas, dentro de um dos banheiros da Escola.  Não sabemos se o fotógrafo era homem ou mulher, o que também não importava muito, pois as fotos passaram de um aparelho para outro, via Bluetooth, ou outro tipo de recurso propagatório, que só pais e alguns professores desconhecem.
Em outro caso, as imagens de uma jovem, em atos íntimos, provavelmente num motel, com seu namorado, foi parar em centenas de celulares em questão de minutos, causando enorme constrangimento à jovem, sua família e à Escola.
        Pessoas que praticam esse tipo de divulgação, normalmente o fazem via Celular de um menor (aluno), pois sabem das penalidades, e sabem também que esse aluno, ainda menor de idade, jamais responderá pelo porte de um aparelho (quando mal utilizado) tão prejudicial à sociedade e a si mesmo.
Menos grave (sob a ótica policial) são os casos citados no início deste artigo. Meninos e meninas, sem a mínima noção, ou por pura indisciplina, usam os aparelhos celulares como i-pod, ou outro tipo de reprodutor sonoro, no mais alto volume e sem fones de ouvidos, atrapalhando os trabalhos desenvolvidos em sala de aula. Isto na visão pedagógica é tão grave quanto às situações mencionadas anteriormente.
No final de 2010, em fuga, um jovem entrou na Escola, seguido por outro, supostamente armado, o que deixou alunos e funcionários em pavorosa. Imediatamente alguém acionou a polícia. Assim que os policiais chegaram, alunos foram vistos, informando, sabe-se lá pra quem, fora da Escola, cada movimento dos Policiais. E por ser um aparelho móvel, sem fio, pequeno e fácil de carregar ou esconder, esta é mais uma das várias “utilidades” de um aparelho celular. Foi o que se percebeu naquele dia fatídico na Escola.
Como se não bastasse, meninos e meninas que possuem celulares são abordados na saída, ou antes, de entrarem na Escola e são constantemente usados por traficantes para aliciar outros adolescentes, utilizando-se de mensagens, transferência de músicas com letras persuasivas, dentro de seu propósito criminoso, é claro. E mais: Esses aliciadores, sem os pais saberem, evidentemente, colocam pequenos valores de créditos nos telefones de nossos alunos e filhos (pois, sabem que receberão das operadoras, grande quantidade de “bônus”) e assim, como troca de favores, usam esses bônus para fazer contato com outros bandidos, praticando, assim, seus atos ilícitos de um telefone, do qual o dono jamais será indiciado.
Não estou aqui generalizando. Acredito piamente que há mais gente honesta e justa no mundo do que bandidos e aproveitadores. Mas Nossos filhos e alunos, na idade de formação de caráter estão à mercê da ação desses bandidos e de quebra ainda atrapalham o processo pedagógico.
Enquanto não arrumamos um mecanismo que possa identificar quem é de boa índole ou não, penso que a Secretaria de Educação, Conselho Tutelar, Deputados, Vereadores, Secretaria de Segurança Pública, Padres e Pastores deveriam arrumar um jeito de proibir o porte de aparelhos celulares de qualquer natureza, por alunos, nas dependências da Escola.
Em alguns Estados americanos já há este tipo de proibição e o número de roubo, furtos e aliciamentos de menores, praticados tendo o celular como principal ferramenta, caiu em significativamente. Em algumas Escolas do Brasil já há uma discussão a respeito desse problema, mas sempre esbarra na opinião daqueles que cultivam a teoria do “quanto pior, melhor”. Pessoas irresponsáveis que não conseguem pensar em outra coisa a não ser em si mesmas; que não conseguem enxergar o tamanho do mal que o uso de aparelhos celulares dentro da Escola causa à educação, à sociedade, a seus filhos e a elas próprias.
Depois de divulgado este artigo (ou desabafo), aparecerão aqueles que se dizem defensores de direitos humanos, da liberdade, livre arbítrio e até do direito de ir e vir. Há também aqueles professores sensacionalistas que irão fazer mil argumentos de liberdade, de direitos do estudante no que tange o uso de acessórios. Para estes, quero dizer apenas que nossos meninos precisam ser educados para aprender a usar e usufruir de sua liberdade; e não é preciso dizer que essa liberdade não foi conquistada por eles, mas por seus pais, avós e bisavôs.
Se não fizermos nada, agora, para impedir que nossos filhos e alunos confundam liberdade com anarquia, o que podemos esperar que eles ensinem a seus filhos?
Assim como muito educadores e pais, sonho com o dia em que não precisaremos de leis para que todos façam sua parte na educação e na formação de nossos filhos, mas enquanto isso não acontece, precisamos usar a força da lei.
Penso que o que mencionei neste artigo já é o suficiente para todos nós e as autoridades políticas, jurídicas, pedagógicas e religiosas tomarmos uma atitude. Se ainda não for o bastante, esperemos o pior acontecer, afinal, não há nada tão ruim que não possa piorar!!
                                                       Macapá, 28 de maio de 2011
                                                                         Professor Lobão

Um comentário: